Estrangeira em si...


Como hábito bem cultivado, continuo sempre a estranhar tudo, ainda que desanimada um pouco da escrita...
Da ultima vez estava estrangeira na politica e não o deixei de ser.

Ando triste com as perspectivas. Mas ando ainda mais triste de perceber o quanto tudo é tão alheio. Me entristeço de perceber que pessoas que julgo tão inteligentes defendem ideias tão diferentes das minhas; que pessoas de que gosto tanto defendem ideias que repudio de corpo e alma...

"A Bruta flor do querer, a bruta flor, bruta flor"...

Não é que desconsidero-as como inteligentes, ou que tenha deixado de amá-las. É só que esse estranhamento causa dor. Uma dor histórica. Uma dor que é aquela que antropólogos ou historiadores sentem ao descobrir o que espanhóis e portugueses fizeram aos Maias e aos povos nativos da América do sul... Aquela dor irremediável, desesperançada, impotente...

Que percebe que por mais que tentemos lutar contra, algumas vezes não escapamos do julgamento pueril - o meu também! Das categorizações dicotômicas - minhas também! De intolerâncias...

Nesses momentos de amarga melancolia me pergunto a Ele: "Jesus o que é que se pode fazer?! O que é que eu posso fazer?"

E não preciso de uma resposta, posto que Ele já deixou ela escrita bem antes que eu formulasse a pergunta: "Ama o próximo como a ti mesmo."

E diante dessa resposta, me indigno e indago: Mas são tantos próximos, tão diferentes, e às vezes uns contras os outros!!?...Como fazer?!!?!

E sinto dentro do peito: Ama o PRÓXIMO como a ti mesmo.


Se amastes só àqueles que vos amam,
Que mérito há nisto?
Se fizerdes bem somente aos que vos fazem bem,
Que mérito há nisso?
Se emprestates somente àquele de quem esperais receber,
Que mérito há nisso?
Amai, porém, a vossos inimigos, fazei o bem e emprestai,
NUNCA desanimando,
Sede misericordiosos,
Não julgueis e Não condenais,
Perdoai,
Dai!!   

...e ser-vos- a dado; 
boa medida recalcada sacudida e transbordante.  
(Evangélio segundo Lucas cap. 6)


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